Senhoras da Igrejas - por Fatima Ziegler




Na realidade, sabe-se que essa capacidade não é inata.

O que significa que não adianta dar à certa pessoa o dever para executar uma tarefa se ela não está treinada para isso.

Existe uma estimativa que mais de 40% das Igrejas Católicas do nosso país não se importam quando determinam que apenas uma pessoa indicada por eles seja a única responsável pelas Cerimônias de Casamentos.

Levando em consideração que essa pessoa já faz parte da listinha da Igreja ou é aquela famosa “Senhora da Igreja”, que não tem a menor sensibilidade com a situação, então vale qualquer coisa.

Quando me refiro à falta de compromisso dessas pessoas, lembro-me de um Casamento em que estive presente como convidada. Exatamente no momento mais emocionante, os clarins, seguidos da Marcha Nupcial, anunciavam a entrada da Noiva. Todos os olhos estavam fixos para a porta da Igreja, e lá estava ela: A SENHORA DA IGREJA.

Decepção para todos.

Vergonha alheia.

Ela estava posicionada exatamente na frente da noiva e do pai.

A SENHORA DA IGREJA empurrava a porta com as duas mãos, para depois deixar a Noiva tentar brilhar, após ser ofuscada por aquela cena patética.

Vocês podem imaginar como essa situação vem causando transtorno.

Não é desagradável apenas para os Noivos, mas para os Assessores e Cerimonialistas que acompanham os clientes por mais de um ano, e exatamente naquele momento mais importante, que é o da cerimônia religiosa, são proibidos de entrarem na Igreja.

É humilhante ouvir o seguinte: “Aqui na Igreja, Cerimonialista de fora não entra. Fique lá na rua. Podem até tirar a Noiva do carro, posicioná-la atrás da porta, mas depois saiam de cena.”

A Igreja não é a casa de Deus? Ou ela mudou de dono?

Tenho algumas dicas para acertar essa situação.

1. Quando os noivos fecharem com aquela Igreja que já tem uma “pessoa”, coloquem em contrato o seguinte: é de conhecimento dos Noivos que a igreja Y já tem cerimonialista. Informamos que não seremos responsáveis pela cerimônia religiosa e que a nossa empresa aguardará a chegada dos Noivos, já posicionados na recepção;

2. Não compareçam na porta da Igreja se não forem fazer a cerimônia religiosa, porque os erros dessa pessoa são inúmeros, e o seu rosto e o seu crachá ficarão na memória dos convidados;

3. Entreguem uma lista para a “SENHORA DA IGREJA”, informando os horários e os locais que ela deverá pegar as flores para as lapelas e o buquê das daminhas. Isso é mais do que justo, ela é responsável pela Igreja e deverá pegar o material que será usado nessa ocasião;

4. Lembrar à ela que na semana do evento deverá ser realizado o ensaio com os Noivos;

5. Caso seja possível, peçam que a Igreja faça uma declaração, informando que não será permitida a presença de vocês no recinto, e os motivos dessa proibição (isso seria o máximo).

Imagino que vocês irão me perguntar qual a providência adequada para poder driblar essa situação constrangedora.

Sinceramente? Eu não sei.

Posso afirmar que, se todas as Igrejas começarem a agir dessa forma, os Noivos serão muito prejudicados com a ausência da beleza, da sensatez, do carinho e do profissionalismo diante da exclusividade da “Senhora da Igreja”.

Ela não tem qualificação para um momento tão sublime e tão importante quanto a cerimônia religiosa.

Eu posso afirmar que ainda não passei por essa proibição.

Sempre tive total liberdade para fazer o meu trabalho em todos os Templos Religiosos, mas ouço as histórias de vocês em cursos por todo o Brasil.

Eu bem sei que essa situação está se agravando.

Amigos, boa sorte.

Com carinho.

Fatima Ziegler
Cerimonialista



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