Bate-papo com Cristian Derois da Infinite Filmes.
Hoje temos um bate-papo gostoso e muito informativo com o diretor da Infinite Filmes (http://www.infinitefilmes.com/), Cristian Derois, cuja empresa sob seu comando, é uma de minhas indicadas, sediada em Porto Alegre, RS, por ter uma qualidade fantástica, um olhar apurado, uma linguagem emocionante para quem procura uma recordação diferente e para sempre!
A Infinite Filmes, muito além de utilizar um "estilo cinematográfico de filmagem", ela desenvolveu um modelo de produção cinematográfico para documentar o evento do casamento, adaptando os processos de pré e pós-produção do cinema e desenvolveram um modelo próprio para criar um filme que vai além de contar o evento em si, sendo um filme que preservará esse momento da vida do casal.
Simplesmente FANTÁSTICO! E eu fiz algumas perguntinhas para o Cris, vamos à elas?
Beijos,
Amandica
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1- Cristian, sei que você já explicou para nós em um texto super bacana como surgiu o conceito da Infinite Filmes (leiam aqui um pouco de sua história, vale a pena: http://www.amandicaindica.blogspot.com/2011/04/infinite-filmes-direto-de-porto-alegre.html), mas agora queria saber como é a emoção para você que filma tanta coisa gostosa como o amor entre casais, na hora de filmar e editar.
O sonho de todo cineasta iniciante ou estudante (que seja um diretor, produtor, roteirista, etc) é trabalhar na indústria do cinema. E no Brasil, esse sonho esbarra num sem número de fatores. A motivação financeira está na publicidade, cujos filmes tem o aspecto, bem, publicitário, não é? Então, o sujeito ou faz filmes publicitários (onde você não tem uma liberdade autoral tal como no cinema), ou vai acabar filmando eventos (na maioria das vezes de forma mecânica). Este último considerado o menos desejável, pelo retorno financeiro e profisional.
Então, a nossa premissa de criar filmes documentais junta os dois mundos. Fazemos eventos com uma produção autoral como no cinema. Nós nos envolvemos emocionalmente na criação dos filmes, justamente para criar algo envolvente. Minha equipe é composta por gente formada em publicidade, design, com experiência com cinema e publicidade. E eles adoram fazer parte da construção da história dos casais. Eu pessoalmente, me envolvo tanto com os filmes, com as pessoas, os casais, que a cada trabalho eu reconstruo e avalio minha própria vida. É uma honra receber a responsabilidade de contar a história deles; e é um trabalho magnífico.
2- Para um casamento hoje com mais de 250 pessoas, quandos videos deve ter para poder registrar todos os momentos e não perder quase nada?
Meu padrão para cerimônia são 3 cameras, para termos uma cobertura (quantidade de filmagem e enquadramentos) rica. E para uma festa com 250 pessoas, 3 cameras também bastam. Uma cuida do casal, enquanto outras duas “roubam” cenas.
Ps.: “Roubar cena” é um jargão para pegar momentos de oportunidade, que acontecem espontaneamente.
3- A quantidade de filmadoras acrescenta o valor do orçamento? Seria só por causa da mão de obra contratada para fazer o evento no dia? Nos explique.
Sim, pelo menos na Infinite. Cada câmera tem um custo de investimento, e depreciação também, além do operador de câmera. Além disso, uma quantidade de câmeras maior gera mais material (o que é desejável), mas também aumenta nossa pós-produção (decupagem, edição), o que aumenta o custo. O que fazemos é sugerir o melhor custo/benefício ao avaliar cada casamento.
4- Hoje para contratar vocês, quanto tempo antes devem procurar a empresa?
O quanto antes, melhor. Hoje estamos fechando as datas para 2012, mas ainda temos datas em aberto para o fim do ano (Outubro a Dezembro de 2011). Além disso, nós não produzimos apenas filmes de casamento, fazemos documentários, filmes institucionais, etc. Some-se a isso que nossa equipe principal atende um evento por dia, há oportunidades que não temos um casamento para determinada data, mas temos um volume de outras produções que nos faz fechar a mesma. E com mais tempo, temos a possibilidade de fazer uma pré-produção mais refinada.
5- Qual o grande diferencial de vocês aí no RS para as demais empresas de vídeo de casamentos entre outros?
Eu acho que a nossa grande “sacada” foi elaborar um modelo de produção adaptado do cinema, para fazer documentários sobre pessoas. Hoje, o mercado foi tomado pelas câmeras DSLRs (fotográficas que filmam) por sua qualidade de imagem e preço bem viável. Em 2009 o mercado publicitário já usava, acho que só nos EUA nessa época tinha gente tentando filmar casamento com elas. Eu apostei que todo mundo usaria, então este diferencial não duraria muito. Foi por isso que eu atrasei a abertura da Infinite e comecei a trabalhar no modelo de produção. O resultado foi avassalador, em 8 meses de existência a Infinite caiu na graça do mercado e se tornou uma referencia.
6- Algum casal que causou muita emoção para vc em realizar o casamento? Se quiser não cite nomes, mas nos explique por quê.
Nós fazemos poucos casamentos para manter um alto padrão de qualidade, e como eu já disse, nos envolvemos muito com os casais. Então, eu faço cada filme como se fosse o último, porque a produção acaba virando uma coisa pessoal. Mas sempre acontece em algum casamento que nos marca. Por exemplo, no casamento da Aline e Gustavo (que está no momento em pós-produção), eu me vi numa situação difícil. Era um casamento luterano, onde a música é algo muito importante (eles possuem banda, coral, etc) de forma que já cria um ambiente emotivo. E, naquele momento que dura uma eternidade quando a noiva vai entrar, o Gustavo estava tão emocionado (e eu filmando ele), chorando com uma dignidade tão grande que eu fui arrebatado pela emoção dele, e quase comecei a chorar junto. Eu tive que me concentrar para não tremer a câmera e respirei fundo. Foi um momento mágico.
7- Algum trailler que você tenha uma especial predileção? Por quê? Pode nos enviar o link?
Os filmes da Aline e Sérgio são muito especiais porque foram do primeiro casamento que fizemos. Até então, eu apenas tinha filmado e/ou editado casamentos no modo automático (escolhe cena bonita, corta o que não tá bom, põe uma trilha no fundo). E nesse primeiro utilizamos pela primeira vez técnicas de narrativa e cinematografia. O Save the Date da Andressa e Diógenes também gosto muito, porque foi uma produção completamente cinematográfica e poética. E há outro saindo do forno que considero mais uma evolução do nosso próprio trabalho. O próximo curta que lançaremos pra mim, define o que é a Infinite em termos de proposta de produção e narrativa. Bom, isso é pessoalmente, o juiz definitivo é a audiência, o mercado. Depois que a gente faz um filme, perdemos a tutela do mesmo, ele vira propriedade de quem assiste.
8- As músicas escolhidas para o vídeo editado, pode influenciar no modo que ele é visto, por quem o assiste? Vocês preferem ajudar na escolha explicando o pq escolher um tipo de música ou não, ou preferem que os anfitriões escolham todas elas?
Não só música influencia a interpretação de quem assiste. Audiovisual é um trabalho complexo. Os diretores são treinados e responsáveis para dirigir apenas uma coisa: a atenção da audiência. E as técnicas são inúmeras. Por isso faço uma pré-produção em todos os casamentos, para decidir a forma e estilo. Ou seja: música, som, cor, forma, enquadramento, corte, conteúdo. E todo esse processo criativo é coletivo: eu incentivo os casais a participarem da construção do próprio filme, eles são meus produtores executivos! Eu sugestiono, aceito sugestões, e até bato o pé se for necessário, eu tenho a responsabilidade de não expor o casal, pois é minha responsabilidade enxergar o filme feito antes dele sair do papel. E os meus clientes confiam em mim, cansei de escutar ao ver um filme finalizado: “tu tinha razão”. Mas, como eu disse, meus clientes são os produtores executivos do projeto. Eu não tenho poderes para ter a palavra final. Apenas coloco minha experiência a serviço deles.
9- Os "Save the Date" em filme que vocês fazem tão bem, são muito procurados? Como os noivos costumam enviar este vídeo, via e-mail só para os convidados ou já colocam em lugares como youtube, vimeo, logo de cara?
Esse Save the Date filmado nasceu sem querer e se tornou um produto referencia da empresa. A ideia inicial era fazer um convite, com o casal olhando para a câmera e mandar via Youtube para os convidados. Nada mais óbvio na era digital. Mas, como eu faço filmes, comecei a fazer (mini) filmes documentais para servir de convite e lembrança. A procura aumenta a cada dia, como nossos outros serviços, e disponibilizamos na internet a critério do cliente. Além disso, nossos Save the Dates tomaram uma dimensão particular: como fazemos filmes bem elaborados, com um pouco da história do casal, nossos clientes gravam o mesmo em DVD ou Bluray, e enviam para os convidados, como convite e lembrança também. Foi uma ideia fantástica que nasceu sem querer, o convidado recebe um DVD com uma arte personalizada, tal qual um DVD de filme, como convite e como uma lembrança eterna do casamento.
10- Qual o conselho que você dá para os noivos de qquer lugar do Brasil para a hora de fechar uma empresa de vídeo para o grande dia? O que eles devem se atentar, tomar cuidado e sempre perguntar?
Obviamente, ao escolher uma empresa, você tem que conferir o material, os portifólios, seja de fotografia ou filmagem, vão te dar uma ideia do que você está comprando. Saber se a empresa possui um contrato de prestação de serviço que o proteja de qualquer inconveniente é básico. Além disso, como em qualquer mercado, busque referencias. Os fóruns, blogs, facebook, twitter democratizaram o mercado e são uma ferramenta extremamente poderosa de informação. Hoje, somente um suicida comercial se atreve a aprontar com uma noiva, pois amanhã todas as amigas do blog saberão, horas depois as amigas das amigas e é uma reação em cadeia. Meninas, vocês que definem o mercado. Não se esqueçam disso.
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