Emocionante relato de um "Ship Wedding" - nunca deixe de acreditar que Deus lhe reserva sempre algo melhor! (Élen Gorski - a noiva)

O Relato Real de Casamento deste sábado é mais do que especial! A Elen é uma amiga que conheci no orkut, na época áurea desta mídia social, e nós nos casamos no mesmo ano, em 2005, e eu entrei em contato com ela pelo orkut pois amei suas fotos de casamento principalmente porquê foi uma noiva linda; ela do sul do país, veio morar em SP uma época, enfim...ela se separou em 2007 quando nos conhecemos pessoalmente, presenciei um pouco do que ela passou, e hoje mais do que nunca acredito na máxima de que "a vida sabe o que faz", e "que Deus nunca tira nada de nós, ele apenas nos priva por um tempo de algo para dar-nos algo muito melhor lá na frente".

Tenho um carinho muito, muito grande mesmo pela Élen, e ela mais do que tudo, lutou pela sua felicidade, com garra, e hoje está realizada no amor e trabalhando com o que ama!

No casamento dela agora, em 26 de janeiro de 2011, só pelas fotos percebi que a felicidade dela foi muito maior, ela está muito mais bonita e altiva do que no primeiro matrimônio, passando a certeza de que encontrou seu verdadeiro amor, e isso me fez muito feliz!

Parabéns amiga, sabe que torço por você de coração apesar de distância!

E aos leitores, agora vocês vão entender porquê acho tão emocionante o relato deste casamento.

Beijos,

Amandica

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26 de janeiro de 2011

"O meu casamento no navio foi pra fechar um ciclo da minha vida. Vou contar a historia desde o início.


Eu já tinha me casado uma vez, me separei no final de 2007, e em outubro de 2008 surgiu a oportunidade de trabalhar em navios de cruzeiro, transatlanticos. Fiz todas as etapas de selecao, estava em uma fase em que nada mais me prendia, nao tinha compromisso com niguem, estava me formando na minha segunda faculdade (Jornalismo) e nao tinha emprego fixo.


Então ali estava uma oportunidade de viajar o mundo e ainda ser paga para isto.


La fui eu para um contrato de 8 meses em um navio italiano. Sofri muito, pois não estava trabalhando na minha área, e trabalhei muito viu, mas também conheci mais de 19 paises diferentes e me diverti com certeza, conheci diversas culturas, pessoas de diferentes paises de linguas inimaginaveis.


Quando finalizei aquele contrato decidi que só voltaria a embarcar se fosse trabalhando na minha area, como fotógrafa, e fui a luta até que consegui e me chamaram pra embarcar em um navio espanhol, e la fui eu confiante que seria melhor. Cheguei lá me deparei com um navio não tão luxuoso quanto o primeiro que trabalhei, confesso que fiquei decepcionada.


A primeira semana foi dificil, tendo que aceitar determinadas coisas que no outro seriam mais faceis, mas faz parte das mudancas de empresa pra empresa. Mas o tempo passou, me acostumei com tudo e conheci um rapaz que trabalhava no Duty Free do navio, ele tambem era brasileiro, comecamos a conversar em um dia quando o navio estava parado em Ilha Grande - Angra dos Reis, quando pegamos o Tender (lancha) para ir do navio ate o pier da cidade, e conversa vai, conversa vem, descobri que ele tambem era separado, ai brilhou uma luzinha, hummm, pode ser uma pessoa interessante.


Passaram-se os dias, e numa festa de despedida de um casal amigo nosso que estava sendo transferido para outro navio, ficamos juntos e depois disso nunca mais nos desgrudamos, isto era dezembro de 2009.


Ele como ja estava no termino do contrato, desembarcou em março, e eu teoricamente teria que ficar no navio ate julho, e depois disso quando um desembarca nunca mais sabemos se voltaremos a embarcar no mesmo navio, este processo nao depende de nós e sim da necessidade na nossa area em determinado barco.


Ficamos pensando que não voltariamos mais a nos ver. Meu navio estava na temporada brasileira, e tinha paradas em Porto Belo, SC, e como ele era de SC ia sempre me ver nos dias que o navio ancorava nesta praia, mas em abril acabaria a temporada brasileira e o navio atravessaria para a Europa.


Entao resolvi pedir para encurtar meu contrato, pois queria pegar ferias no mesmo periodo dele, para depois iniciarmos um novo contrato juntos.


Desembarquei em abril, no ultimo dia do navio no Brasil. Nas férias fui conhecer a familia dele, levei ele ao RS para conhecer a minha familia, e decidimos que so embarcariamos se fosse no mesmo navio. E gracas a Deus deu certo, ele embarcou em Genova, Italia, 2 dias antes de mim, e la estavamos nos, juntos, para mais um contrato.


Foi um contrato intenso com muitas dúvidas e oportunidades tanto para mim quanto para ele, e decidimos nos casar, pensamos então que quando nos casassemos seria no barco com o Capitão fazendo a nossa uniao. Mas se casássemos naquele contrato seria na Europa, e não teriamos familia, nem amigos por perto, apenas nossos amigos do navio, e colegas de trabalho.


Então resolvemos aguardar e no contrato seguinte casariamos pois seria a temporada brasileira. O detalhe é que neste meio tempo teriamos ferias, e novamente a duvida se iriamos para o mesmo navio. Mas enfim, deu certo, embarcamos e então marcamos a data para 25 de março, nesta etapa iniciei a procura pelo meu vestido de noiva, e a cada cidade que nos aportavamos eu procurava incansavelmente, já tinha alguns vestidos selecionados, e possivelmente compraria, mas como ainda faltava tempo e tinham cidades que eu ainda passaria e queria pesquisar mesmo entao fui deixando.


A familia já estava avisada, minhas irmãs pediram ferias para a epoca, etc., seria então no final da temporada brasileira quando é mais calmo para todos os departamentos do navio. O detalhe foi que em janeiro aconteceram alguns problemas no meu departamento, e meu chefe resolveu me transferir de barco, mas eu estava com tudo marcado, o que faria? Eu tinha 2 opções, ou eu trocava de barco ou eu pedia demissão e ficava em terra, indo visitar o Luiz em alguns portos, como ele fez no ano anterior nas férias dele.


O detalhe é que trocando de barco, as rotas nao se encaixariam, e nos nao nos veriamos mais, ao menos ate nossas proximas férias, e isto seria tempo demais, não queriamos isto para nós. Então foi que pedi demissao no dia 19 de janeiro, saindo do porto de Santos em direção a Buenos Aires, dizendo que sairia do navio no dia 27 do mesmo mês, ou seja 1 semana depois, na proxima parada no porto de Santos.


No dia seguinte, pensando em como seria dificil conseguir a autorizacao do casamento sem eu estar embarcada como funcionária, apenas ele, então começamos a enxergar as dificuldades, e foi quando decidimos nos casar ainda naquela semana, um dia antes de eu desembarcar. A partir dali foi correria geral. Tinhamos 5 dias pra conseguir tudo, pois já era dia 20 e o casamento seria dia 26.


Primeiro ligamos para os pais, falamos do nosso desejo de alterar a data, contamos todo o acontecido, e eles unanimamente nos apoiaram. Depois de saber que os pais poderiam ir dia 26 no porto de SC para estar conosco neste momento, foi que entramos em contato com o capitao do navio, se ele aceitava fazer nosso casamento naquela semana, e exatamente naquele porto, ele aceitou.


Contratamos o pacote de noivos que tem no navio, que engloba decoração, bouquet, convites, canapes e champagne para ate 20 pessoas. Mas e agora? Faltava a roupa do noivo, o vestido da noiva, sapatos.


Primeiro porto depois destas decisões todas, foi Buenos Aires, corri pras ruas procurar vestido, pedia informações nas lojas, mas nada, não gostava de nada, a única coisa que encontramos foi a camisa para o noivo. O terno ele decidiu usar um que compramos na Itália, no contrato anterior, então o noivo já estava com tudo certo. Faltava a noiva. Passamos 2dias em BsAs e não encontrei nada que me agradasse, sandália então nem pensar, la não tem sandálias finas como no Brasil, só sandálias com tachas, saltos mais quadrados, não gostei de nada.


Próximo porto e ultimo Punta del leste, corri por todas as ruas, experimentava todas as sandálias brancas, off-white, bege, creme, que se pudesse imaginar e nada, vestido experimentei mais de 10, e nada, todos precisariam de ajustes e eu não tinha tempo o casamento seria dali 2 dias.


Então estava no meu limite de horário, voltei ao navio desanimada, ia casar e não tinha nem sapato nem vestido. O dia seguinte era de navegação, e o próximo porto já seria o dia do meu casamento. Então fui no SPA do navio marcar o cabelo e maquiagem para o dia, e compartilhei com as meninas que eu não tinha conseguido roupa nem sapato e que estava triste.


Foi quando a gerente do Spa, que também era brasileira, virou pra mim e falou, eu tenho um vestido branco bem justinho que acho que serve em vc, e tem cara de noiva o vestido.

Fomos correndo para a cabine dela experimentar, quando eu olhei o vestido, falei na mesma hora: eh este aqui, ele eh LINDO! E era lindo mesmo, simples, retinho, tomara que caia, mas com um tecido todo trabalhado, lindinho. Experimentei e caiu como uma luva, agora faltava a sandália, o pé dela era menor que o meu, a sandália dela não ficaria boa.. daí sentamos e começamos a listar as pessoas altas do navio que pudessem ter o meu pé, heheh. Foi quando surgiu o nome da Gerente da Recepção, ligamos na mesma hora pra ela, o pé dela era mesmo 39, e ela tinha uma sandália prata que poderia me emprestar, tudo bem não era branca, mas era prata, tá de bom tamanho.


Fui correndo com ela na cabine, experimentei e, que ALIVIO, ali estavam as pecas que eu precisava, um vestido e um sapato. Então relaxei, e so precisava esperar o dia seguinte, o tão esperado dia.

No dia D acordamos cedo, o casamento estava marcado para as 11h da manhã, num salão especial do navio. Todos os colegas/amigos mais chegados estavam convidados, de fora so poderiam entrar 10 pessoas, então foram 4 adultos de cada lado e 2 criancas. Eu tinha que ir pro Spa me arrumar, então o Luiz ficou de desembarcar ate a cidade para buscar os familiares, pois para entrar tem que estar com um funcionário que pediu a autorização de entrada.


Como sempre acontecem imprevistos, a família dele pegou trânsito intenso na região de Porto Belo e estavam atrasados, a minha família que tinha chego cedo, já estava dentro do navio. Ele nervoso pq a família estava demorando no transito, foi passar a camisa para deixar tudo pronto quando de repente: FEZ UM FURO NA CAMISA com o ferro de passar roupas, bem na altura do peito, nao teria como esconder. Saiu desesperado pelas escadarias do navio, a procura de alguém que pudesse ajuda-lo, afinal faltavam 30min para o inico da cerimônia. Foi quando ele passou por um garçom do restaurante do navio e explicou pra ele o desespero que estava passando. O rapaz prontamente conseguiu a sua própria camisa alcançou pra ele, serviu perfeitamente, e assim ele já estava pronto, mais uma coisa resolvida.

Ainda bem que eu não fiquei sabendo de nada disso, estava lá sendo maquiada, fazendo o cabelo, eventualmente minha irmã subia pra falar comigo, mas nunca me falou nada, eu achava que estava tudo certinho, hehehe, fiquei super calma.


No final, entrei com meu pai, super orgulhoso... fui ao encontro do meu maridão, sob os olhares de todos os nossos colegas de trabalho mais queridos, alguns passageiros que tinham participado da nossa angústia durante a semana, e dos nossos familiares.

O capitão, um italiano, fez a cerimônia com o auxilio do diretor de Hotel, um português, da gerente da Recepção e da hostess, que eram brasileiras. Agradeço a todos pela ajuda em cada detalhe desta cerimônia.


Em seguida, meus amigos fotógrafos fizeram nosso Street Wedding, mas que não era na Street era ShipWedding, hehehe. Digamos que se encaixe mais na categoria que agora esta bombando que eh Cherish the Dress.

Fizemos muitas fotos, depois fomos com as famílias para o restaurante, o Maitre e os garçons nos serviram muito bem, como se fossemos hospédes mesmo, e inclusive fizeram um bolo lindo para nós. Curtimos com as famílias, mas tínhamos pouco tempo com eles, as 14h30 todos os visitantes tinham que desembarcar porque o navio zarpava as 15h30.


Então la se foram nossos pais, irmãos, sobrinhos, e nos ficamos a bordo, vestidos de noivos e agora CASADOS. Arrumamos todas as coisas das cabines pq estava um turbilhão, afinal foram 8 adultos se arrumando para o casamento em 2 cabines 2x3m, quando vimos estava no horário de irmos trabalhar, trabalhamos ate meia noite e meia, e quando descemos para o crew bar (bar da tripulação) estavam nossos amigos para fazer a ultima festa comigo e festejar nosso casamento com aqueles colegas que no horário do casamento estavam trabalhando.


Ai foi mais uma festa ate umas 3h, e enfim, quando fomos definitivamente para nossa cabine, curtir nosso momento Casados. No dia seguinte eu desembarcava, e 1 mês depois ele desembarcou.

Hoje estamos em terra definitivamente, eu montei um estúdio fotográfico e ele trabalha com vendas. Estamos lutando para cada dia nos adaptarmos mais a vida “normal” e nos mantermos em terra, sem a mínima intenção de retornar aos barcos. Agora queremos construir nosso cafofo e constituir uma família. Muito obrigada a todos que participaram destes momentos que relatei e de cada momento desde que este casal se conheceu.

Que Deus nos de sabedoria para prosseguir nesta caminhada, e AMOR, muito AMOR!


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Élen Gorski

9802.7432

3472.1393

14*1005344 (nextel)




skype: elengorski

Twitter: @elengorski"



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