Vida social na gravidez, texto da colunista psicóloga Karina Alvarez.

Foto: Márcio Norris

Um casal jovem costuma ter uma vida social minimamente intensa, principalmente nos dias de hoje. A julgar que existiam os amigos dela, e os amigos dele e agora existem também os amigos deles, somado a familiares, os finais de semana acabam sendo preenchidos facilmente.

Mas eis que chega o bebê. Na verdade ele ainda nem chegou, mas já trouxe uma série de mudanças na rotina deste jovem casal que, inevitavelmente, acabou afetando a vida social deles. São enjôos, indisposições, restrições alimentares, cansaço físico, e alguns compromissos que antes não existiam tais como, consultas médicas, exames, ginástica, cursos para gestantes (mulheres e homens gestantes), drenagem linfática, isso sem falar nos familiares que exigem a presença constante para acompanhar o “crescimento da barriga”. Como encaixar tudo isso dentro de uma agenda já apertada, típica do século XXI ?

A primeira coisa a ser sacrificada, acaba sendo a vida social. Querendo ou não acaba-se abrindo mão da convivência mais estreita com os amigos por conta das atenções que o bebezinho já exige. Horas que antes eram preenchidas com bate-papos, almoços, e cafezinhos com os amigos, agora tem outras finalidades, bem mais urgentes, diga-se de passagem, pois organizar a chegada de uma pessoa que não tem nada e precisa de muito mais do que tudo, em apenas 9 meses (7 ou 6 se for contar a letargia dos primeiros tempos) é uma tarefa árdua. E os amigos cobram, alguns chegam mesmo a exigir, e não é fácil para uma já afetada-hormonal-futura-mãe lidar com a mudança de sua vida social aliado a cobrança e assédio dos amigos.

 E agora, como solucionar esse problema e continuar a manter um relacionamento estreito com as pessoas queridas? Lança-se mão das mais diversas ferramentas: algumas criam blogs, para dar notícias sobre o bebê de uma vez só e assim evitar ser monotemática quando se encontrar com os amigos, outras optam por contato via redes sociais na tentativa de suprir essa ausência, outras simplesmente se desesperam, sentam e choram sem saber exatamente por que.... Mas quando a enxurrada hormonal dá uma trégua, é hora de colocar o trem nos trilhos novamente e marcar aquele café, lanche da tarde (chopinho não, a não ser que a gestante beba água), ou qualquer coisa que o valha para sentir-se novamente um indivíduo integrante de uma sociedade, não apenas uma geradora de vida.

A presença dos amigos é extremamente importante nessa fase da vida, por isso paciência e presença de espírito de ambas as partes é recomendável.

Karina Alvarez Lopes e Aragão
Psicóloga - Santos/SP

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