O Sonho do Casamento!
É hoje! Minha estréia como colunista no blog da Amandica. Primeiramente quero agradecer a oportunidade de poder escrever nesse blog tão rico e feito com tanto amor e carinho. Tentarei contribuir um pouquinho mais para esse cantinho a partir de um olhar diferenciado. Sou a Karina Alvarez, psicóloga clínica da área cognitivo-comportamental, atuo em Santos, litoral de São Paulo onde sempre morei. Sou casada com o Rodrigo há 3 anos e vivenciei cada aspecto e emoção tratados nesse blog, por isso, hoje me sinto apta a escrever sobre um mundo que fiz (e ainda faço) parte não só pela empatia que um profissional da minha área deve ter mas também pela vivência que tive. Espero que gostem!
Para o primeiro texto a Amandica me deu uma missão: Escrever sobre o sonho da mulher em se casar tradicionalmente, ou seja, de branco, véu, grinalda, flor de laranjeira.
Em pleno século XXI quando a independência e autonomia feminina é uma realidade incontestável, é passível de questionamento o número de casamentos tradicionais ser cada vez mais alto. Não é raro estar em um grupo de mulheres bem-sucedidas profissionalmente e o assunto da vez é o mesmo que encontrávamos em um sarau do século XIX: Casamento, tamanho de véu, usar ou não luvas...
O sonho do casamento tem um aspecto histórico, na Idade Média foi decreta uma lei que dizia que nenhum homem deveria entregar sua filha em matrimônio sem a benção de um sacerdote, como naquela época as leis da igreja ditavam o comportamento geral, isso acabou se tornando uma tradição irrevogável de forma que até hoje podemos observar a vontade da noiva em ter uma cerimônia de casamento, independente da orientação religiosa. Outro fator importante a ser considerado, os casamentos deveriam ser atos públicos e não secretos, de forma que os festejos matrimonias deixavam bem explícito um casamento. Dessa forma o sonho do casamento foi sendo transmitidos de geração a geração, tendo sido operadas muitas modificações em sua formatação de acordo com a época histórica, tradições locais e costumes religiosos, mas esses dois aspectos resistem ao tempo no imaginários das noivas: Seu casamento deve ter uma celebração religiosa e deve ser um ato público.
E é nesse ponto que chegamos num outro fato altamente relevante e influente: Os contos de fadas. Nos idos de 1800 vieram os irmão Grimm e nos trouxeram Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel. Gerações e mais gerações de meninas aprenderam, através deles que para ser feliz para sempre é necessário achar seu Príncipe e trajar um vestido fabuloso num grande baile para toda a corte. E esse arquétipo tão antigo quanto a lenda permanece até os dias atuais e contagia um número infinito de “moças casadoiras”, não importando a idade, a crença, o nível social ou a posição que ocupa dentro da sociedade, a grande maioria delas sonha com seu dia de Cinderela onde todas as atenções serão dela.
Apenas essas observações seriam embasamento suficiente para o “Sonho de Casamento”, mas estamos no século XXI, como pode uma mulher moderna e auto-suficiente ainda querer se amarrar a um homem “forever and ever” e passar por todos as delícias e infortúnios que um casamento implica? E a resposta está dentro de cada noiva, cada uma tem seus próprios motivos e justificativas, mas aquela que se enquadra para todas elas é simples, elas são mulheres modernas, da época da tecnologia, desempenham os sem-número de funções durante sua vida. Como poderiam deixar de sonhar com aquela para que foram quase que geneticamente programadas para desempenhar?
Karina Alvarez
Psicóloga Cognitivo-Comportamental
Santos - SP
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