Ginecologia endócrina, a reposição hormonal e o hipotireoidismo
Vamos falar de Hipotireoidismo! Afinal, problemas com a Tireoide são mais comuns do que imaginamos. A Tireoide é uma glândula que produz os hormônios tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4). Esses hormônios agem ativamente na função de órgãos vitais como o cérebro, o coração, fígado e rins.
Áreas importantes, como memória, concentração, controle emocional e humor também dependem do equilíbrio dessa glândula — que ainda tem relação com a fertilidade e com a regulação dos ciclos menstruais. Além de influenciar o crescimento e o desenvolvimento na infância e na adolescência.
Por isso, uma disfunção nessa glândula traz problemas de saúde em todo o corpo. Se não tratado, o hipotireoidismo em crianças poderá causar atraso grave do crescimento e retardo mental. Já na vida adulta, leva à depressão generalizada das funções orgânicas.
Hipotireoidismo: Tudo o que você precisa saber
O Hipotireoidismo é a produção insuficiente dos hormônios da tiroide. Quando há uma quantidade menor que a ideal desses hormônios no sangue, os órgãos e sistemas funcionam mais lentamente por falta de regulação do uso da energia. Alguns dos efeitos desse distúrbio são: redução das batidas cardíacas, prisão de ventre, letargia, temperatura baixa, dificuldades respiratórias e retardo no crescimento.
Já o Hipertireoidismo é quando há super produção de hormônios por causa da função aumentada da tireoide. Nele os sintomas são opostos: taquicardia, insônia, fome, suor excessivos, perda de peso e desarranjo intestinal, são alguns exemplos.
Estatísticas preocupantes
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, mandou reduzir no ano passado o teor de iodo do sal de cozinha. As taxas, que antes ficavam entre 20 e 60 miligramas por quilo, precisaram se adaptar à faixa, de 15 a 45 miligramas. O corte, segundo a entidade, teve a ver com o aumento de casos de hipotireoidismo.
Isso porque o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sal todos os dias. É um exagero se considerarmos a recomendação da Organização Mundial da Saúde, de apenas 5 gramas. Com o abuso do condimento nas refeições elevou-se, por sua vez, a porção de iodo no prato dos cidadãos, considerado um dos gatilhos para o surgimento da doença se consumido em excesso.
Sintomas do Hipotireoidismo
- Intestino preso;
- Depressão;
- Menstruação irregular;
- Falhas de memória;
- Cansaço excessivo;
- Câimbras;
- Reflexos lentos;
- Dores musculares e nas articulações;
- Intolerância ao frio;
- Pele seca e pálida;
- Queda de cabelo;
- E aumento de colesterol no sangue estão entre os sintomas.
Quando o hipotireoidismo vai evoluindo sem tratamento, podem ser observados ainda: fala lenta, rouquidão, dispneia, e ganho de peso intencional.
Causas
As origens dessa doença podem ser variadas, sendo mais recorrente a chamada de Tireoide de Hashimoto. Uma disfunção autoimune, em que o organismo produz anticorpos que prejudicam a função da tireoide.
O problema também pode ser causado por:
– Bócio multinodular tóxico;
Bócio é o aumento do volume da tireoide. Em algumas situações, a presença de vários nódulos na tireoide pode causar aumento do volume e levar a uma produção excessiva de hormônio tireoidiano, causando o hipertireoidismo. É mais frequentemente diagnosticado após os 50 anos de idade e pode afetar a frequência cardíaca. Em vários casos, a pessoa pode ter o bócio há vários anos antes dele se tornar hiper funcionante.
– Nódulo tóxico;
Um único nódulo na tireoide também pode produzir mais hormônio tireoidiano que o necessário, causando o hipertireoidismo. Esta doença não tem caráter familiar.
– Tireoidite pós-parto (Falaremos mais abaixo);
Cerca de 5 a 10% das mulheres desenvolvem hipertireoidismo leve a moderado alguns meses após o parto. O hipertireoidismo nesta situação, geralmente, dura 1 a 2 meses, e frequentemente é seguido por vários meses de hipotireoidismo (diminuição da atividade da tireoide), o qual se recupera em grande parte das mulheres. Entretanto, em alguns casos, a glândula não se recupera, e o hipotireoidismo se torna permanente. Sendo necessária a reposição hormonal ao longo da vida.
– Tireoidite subaguda;
Esta doença não tem causa conhecida e é caracterizada por inflamação importante da tireoide, que resulta em um aumento doloroso da glândula e na liberação de grandes quantidades de hormônio no sangue. Felizmente, esta situação geralmente se resolve espontaneamente.
– Ingestão excessiva de iodo;
Várias substâncias com altas concentrações de iodo, tais como comprimidos de alga, alguns expectorantes e amiodarona (uma medicação utilizada no tratamento de arritmias cardíacas) podem, ocasionalmente, causar hipertireoidismo.
– Superdosagem de hormônio tireoidiano;
Pacientes que recebem doses excessivas de hormônio tireoidiano podem desenvolver hipertireoidismo. Esses pacientes devem ter uma avaliação da dosagem do hormônio tireoidiano pelo médico no mínimo uma vez ao ano e jamais se automedicarem.
Fatores de risco
Mais comum em mulheres acima dos 50 anos de idade. Principalmente aquelas que tenham familiares próximos com hipotireoidismo, que já tenham retirado uma parte ou toda a tireoide ou que tenha recebido algum tipo de radiação na cabeça ou no pescoço.
O hipotireoidismo pode surgir durante a gravidez ou no período pós-parto que tende a voltar ao normal. É importante lembrar que essa doença diminui a fertilidade da mulher.
Prevenção e Diagnóstico
Não existem meios de se prevenir hipotireoidismo. Exames de triagem para recém-nascidos podem detectar o quadro congênito. O diagnóstico das disfunções tireoidianas é feito com um simples exame de sangue, que dosa os níveis de TSH (hormônio estimulante da tireoide).
Faça testes de rotina para verificar o funcionamento da tireoide e detectar possíveis problemas.
Hipotireoidismo na gravidez
Pois é, esta alteração da tireoide pode surgir também durante a gravidez mas durar apenas mais alguns meses após o nascimento do bebê. Isso pode acontecer porque nesta fase da vida, o corpo da mulher diminui a sua imunidade para que o próprio corpo não expulse o bebê que está se formando, como se fosse um vírus.
Com esta diminuição natural da imunidade, a tireoide passa a produzir menos hormônios, o que pode levar aos sintomas. Por isso é normal que durante o pré-natal o médico peça exames de T3, T4 e TSH para avaliar seu funcionamento.
Normalmente não é necessário realizar nenhum tipo de tratamento porque em menos de 1 ano de pós-parto os valores da tireoide podem voltar ao normal.
Afinal, Hipotireoidismo engorda?
Sabemos, por diversos estudos, que no hipertireoidismo a taxa metabólica basal tende a estar elevada, e no hipotireoidismo, mais lenta. Baseado nisso podemos afirmar então que pacientes com Hipotireoidismo engordam? Não, não é tão simples assim.
O metabolismo também é regulado de forma mais complexa por outros fatores como: Outros hormônios, como o cortisol; quantidade de músculo que temos e horas de atividade física ao longo do dia.
Então, mesmo que a pessoa esteja com hipotireoidismo, tendendo a ter o metabolismo mais lento, se ela comer a quantidade correta e gastar exatamente esta quantidade, o problema na tireoide não a fará ganhar peso.
O que pode acarretar ganho peso
Uma das coisas que pode contribuir para este quadro é que a hipotireoidismo está associado com sensação de cansaço e desânimo em algumas pessoas, o que faz com que realizar atividades físicas fique mais difícil. Com isso, menos gasto energético, mais chance de ganhar peso.
No entanto, é preciso considerar que uma vez que o hipotireoidismo está sendo tratado e os níveis dos hormônios estão normalizados, o efeito da redução do metabolismo não existe mais. Por isso o mais importante nesses casos é que se faça o acompanhamento correto com seu médico de confiança, para que a dose do medicamento fique ajustada.
Pode-se levar uma vida completamente normal
O tratamento é relativamente simples. Geralmente, o problema pode ser controlado com o uso de medicamentos que regulam a excreção dos hormônios — mantendo os níveis dessas substâncias dentro da normalidade.
O hipotireoidismo não tem cura e, por isso, é necessário fazer a reposição hormonal, na maioria das vezes, para vida toda. Os primeiros resultados do tratamento costumam aparecer de uma a duas semanas após o seu início.
Acompanhamento médico
Lembre-se, o acompanhamento médico deve ser permanente, mas uma pessoa com hipotireoidismo que faz uso correto da medicação e mantém os níveis de TSH dentro dos valores normais, leva uma vida saudável e completamente normal.
A cirurgia para a retirada da tiroide é indicada APENAS quando há aumento de bócio ou suspeita de câncer.
Hipotireoidismo e a importância de uma dieta saudável
Uma alimentação nutritiva acompanhada de exercícios físicos é de extrema importante, como já sabemos, em todas as fases da vida. Ainda mais para manter sua tireoide saudável e funcionando tranquilamente.
Mesmo que não exista nenhum alimento ou plano de alimentação, que possam curar ou prevenir a doença, os efeitos do aumento do peso podem ser amenizados uma vez que consuma alimentos com poucas calorias e ricos em nutrientes com alto teor de vitaminas e minerais, para aumentar a resposta do sistema imunológico e prevenir outras doenças.
É ideal manter uma dieta saudável. Como? com alimentos como verduras, cereais integrais, macarrão, batata, hortaliças de raiz, legumes – além de proteínas magras e gorduras saudáveis com moderação.
Vale consumir Zinco, Selênio e Iodo, encontrados em Castanhas-do-pará e Nozes, por exemplo. O consumo de gorduras boas também é muito importante, abacate, atum e grãos (sementes) são ótimas opções.
Desembrulhe menos e descasque mais
Alguns alimentos estão fora de serem saudáveis. Excesso de sal, açúcar, gorduras saturadas, alimentos refinados e industrializados afetam a tireoide e prejudicam a fabricação dos hormônios. Cuide-se!
Agende uma consulta se você está se sentindo cansado sem qualquer motivo aparente ou apresentar qualquer um dos outros sinais ou sintomas de hipotireoidismo.
Para mais informações você pode entrar em contato conosco pelo Telefone: (11) 2367-3400 ou E-mail: contato@institutolerner.com.br.
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