Família no porta-retrato - dicas Fábio Arruda
As reuniões familiares são o mais básico e
principal exercício de convívio social que conhecemos.É em casa que
começa o aprendizado desse comportamento, que vai ser um grande
diferencial na nossa vida. De um simples almoço de domingo à
mais sofisticada festa de aniversário, é nessas ocasiões que temos a
oportunidade de estar com irmãos, tios, primos, avós, de uma maneira
descontraída.
Com alguns cuidados é possível que nos afastemos cada vez mais daquele amargo dito popular: "Família só é bom no porta-retrato.”
Atenção! Descontração não quer dizer pouco caso e desleixo.Pensar que
podemos deixar as coisas de qualquer jeito, sem capricho, “afinal é só
família, gente de casa” não traduz a realidade,uma vez que o nosso maior
prazer deve ser agradar aos nossos mais próximos, começando pelo seu
núcleo;marido ou mulher e filhos e estendendo-se aos parentes.Vale a pena tentar.
Uma mesa bem arrumada não depende do requinte dos utensílios, mas do
cuidado em combinar as peças, do charme de uma flor colhida do seu
jardim, até um arranjo elaboradíssimo executado em uma valiosa peça
decorativa.Os pequenos toques podem transformar o dia a dia em ocasiões
especiais.E, no vestir, estar à vontade é, apenas, arrumar-se de uma
maneira mais despojada, não elimina a vaidade ou o charme.
Vamos então à nossa festa. Reúne-se a família. Conversa gostosa,
novidades postas em dia e,de repente,algazarra, corre-corre,
gritaria...são as crianças. Gostoso de ver, nem sempre agradável de
conviver...Eis uma questão às vezes delicada e aí entra o
treinamento,das crianças e dos adultos.
Existe situação mais agradável do que participar de um encontro onde
há crianças que sabem se comportar direitinho? Claro que é nessas
ocasiões que elas vão ter a oportunidade de mostrar o que aprenderam e
para isso nós temos que fazer a nossa parte:destacar COM PACIÊNCIA o que
não está correto.Repreender bruscamente em frente dos demais é
extremamente desagradável e nada eficaz.A educação é decorrente do
cotidiano em nossos lares e isto não pode ser corrigido em um dia de
festa.
Uma providência simpática para quem recebe é ter um espaço onde os
pequenos possam brincar à vontade ou ter alguns brinquedos para
mantê-los ocupados. Não me refiro a deixá-las trancadas num quarto cheio
de brinquedos ou no jardim com as portas de acesso bem cerradas, para
que não cheguem nem perto.
Eu fui ensinado a não interromper a conversa dos mais velhos,não
querer atrair as atenções escandalosamente e jamais correr
desenfreadamente dentro de casa, pois nada mais desagradável que quebrar
um objeto que não nos pertence.Tudo isso me foi passado com muito
carinho e sempre explicando o porque dos “sim” e “não”, e posso garantir
que a proibição na hora certa e uma bronca merecida, não me
traumatizaram em nada.Jamais isto aconteceu perante pessoas que me
colocariam em situação embaraçosa e este respeito por parte de meus pais
reverteu em assimilação e bons modos, que só me ajudam a conquistar
mais respeito e carinho dos demais.
Todos temos aquela tia que conta sempre as mesmas histórias,o primo
com as suas mesmas lorotas ou uma cunhada que fala sem parar, a não ser
quando interrompida por um genro engraçadinho prestes a contar a última
piada sobre as sogras...Mas a regra é clara e inflexível temos de ser
sempre gentis e atenciosos para com os nossos convidados.Aos nossos
anfitriões devemos respeito e gratidão pelo convite e a melhor maneira
de demonstrar é ser agradável, prestativo e acima de tudo manter o bom
humor.Convidar e aceitar convites é um direito e deve ser um prazer e
não uma tática de tortura de guerra.
Se você apenas aceitou o convite para agradar aos seus avós ou
satisfazer a vontade de sua mulher,é impossível que isto aconteça se
estiver de cara amarrada ou resmungando.Procure se lembrar que um casal é
formado por pessoas vindas de diferentes famílias( uma concensiosa
divisão de tempo e visitas neste dia,é algo muito proveitoso para todos)
cada uma com seus hábitos e costumes,nem melhores, nem piores, apenas
distintos.
Uma reunião de parentes e pessoas queridas é um momento especial e se
não colaborarmos com vontade, exercitando a capacidade de aceitar o
modo de ser das pessoas sempre providos de um sorriso verdadeiro,
daqueles que vem do espírito, nos tornamos cada vez mais
intolerantes,insatisfeitos e seguramente sozinhos.
Prepare o paladar para uma deliciosa refeição que foi feita com
carinho e guardará na memória aquelas referências culinárias que nos dão
saudade e conforto.
Tente descobrir algo de novo e interessante naquela prima que você
nunca achou a menor graça , busque aprender com os mais velhos,fonte
segura de maturidade e experiências.Quando o encontro terminar e você
retornar a sua casa; ou sendo o anfitrião ao despedir-se daquele
convidado que” não vai embora nunca de sua festa”, e se jogar na
poltrona exausto vai ser delicioso sentir que valeu a pena, e como é bom
termos essas pessoas à nossa volta para preencher a nossa história de
vida e os nossos porta-retratos.
Fabio
Arruda
Palestrante, consultor e autor de livros sobre Etiqueta
e Comportamento
www.fabioarruda.com.br
amei! Fábio Arruda é um lord! ... saudades dele e do Roberto Strongolli!!! bjks Sam
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