Nora x Sogra: Precisa ser difícil?
***Hoje em nosso cantinho, a psicóloga Karina Alvarez vai falar sobre a relação Nora x Sogra, afinal sabemos que esta relação muitas vezes pode ser um vulcão em ebulição....mas será que precisa ser assim mesmo? E o dia em que você for mãe de um menino lindo, como será com sua nora?***
"Relação com a sogra tem sempre que ser difícil? Que conflitos ocultos permeiam essa relação?
Eis que o bebê nasce, a mãe passa a viver 24 horas ligada naquela criatura, o tempo vai passando e a criança vai crescendo, dificilmente a mãe se dá conta disso até ele apresentar: - Mãe, essa é a fulana, minha namorada. Namorada? Como assim, se ontem mesmo ela preparou o mingau do filhinho. E assim começa uma relação nora x sogra sujeita a chuvas e trovoadas.
Por um lado a namorada/noiva/esposa espera que o namorado/noivo/marido assuma sua própria família e do outro a sogra não admite que ele deixe seu papel de filho.
Na vida nós ocupamos diversos “cargos” pai, mãe, filho, filha, namorada, esposa, marido, tia, irmão. Isso sem falar no lado profissional. E cada uma desses papéis convivem dentro de nós. Para as mães, eles nunca deixarão de ser seus filhinhos e nem tem que deixar de ser, desde que o filhinho assuma suas responsabilidades e “cresça” quando está em uma relação, e a sua mãe incentive isso, mesmo que quando ele visite a mamãe ela faça seu pratinho na hora do almoço. E o que é que tem de mais?
É tudo uma questão de equilíbrio. Esse cabo de guerra muitas vezes é superado com concessões de ambos os lados. Existem sim muitas relações conflituosas nora x sogra, mas também há conhecimento de relações tão bonitas desse tipo que nos fazem acreditar que com um pouquinho de paciência e tolerância de ambas as partes a família tende a crescer e não rachar ao meio.
O homem fica no meio de dois pólos importantíssimos de sua vida, a mulher que ele escolheu e a mãe, nenhuma pode em absoluto ocupar o lugar da outra, isso não existe e quando se aceita essa condição tudo se torna mais fácil.
Se o respeito predominar e cada uma respeitar o espaço da outra esses dois pólos não precisarão ser opostos e sim complementares.
Características pessoais de personalidade influenciam e muito nessa relação assim como em todas as outras e é exatamente nisso que deve-se estar atento, certamente o domínio que a sogra exerce sobre o filho é apenas um reflexo do seu comportamento de um modo geral.
As noras certamente não sabem como é difícil abrir mão de um filho para que ele vá viver com outra pessoa, mas elas um dia saberão, pois terão os seus próprios filhos e as sogras um dia também já passaram por situação semelhante ao se casarem com filhos de outras mulheres. Existem sogras que aprenderam com sua própria experiência e procuram fazer diferente em sua relação com as noras. E as noras, que um dia serão sogras, também terão essa oportunidade. É um ciclo sem fim. Essa é a reflexão que deve estar aberta nessa relação. Não existe vítima ou vilão apenas duas pessoas exercendo papéis da forma como a vida ensinou a elas. A receita para melhorar essa relação? Paciência, muita paciência de ambos os lados, uma pitada de bom humor, rir da vida é o melhor remédio, saber ceder as vezes e lembrar que no meio disso tudo existe um homem que não saberia escolher entre um lado e outro.
Relato real: “Quando eu me casei todos queriam conhecer meu novo lar, inclusive a minha sogra. Eu ainda estava ajeitando a disposição dos móveis quando ela cismou que determinado móvel deveria ficar de um jeito X. Eu queria de um jeito Y e falei isso pra ela. Ela começou a contra-argumentar quando eu parei e pensei que aquilo poderia acabar em uma grande discussão, afinal eu estava na MINHA casa e ali quem manda sou eu, apenas este argumento poria fim a situação, mas eu acabaria causando um constrangimento desnecessário. Deixei ela colocar o móvel onde ela queria, quando ela foi embora eu mudei de lugar novamente. Acho que ela nunca percebeu e eu poupei toda a família de uma situação constrangedora.”
M., 28 anos, casada.
Karina Alvarez
Psicóloga Cognitivo-Comportamental
Santos - SP
***AmanDICAS para este fim de semana: assistam o filme "A Sogra": é uma comédia com drama, mas com um desfecho que todos os relacionamentos nora x sogra deveriam ter! Aborda de uma forma divertida e dramática esta relação e ao mesmo tempo nos colocamos no lugar das protagonistas sentindo junto com elas raiva, ciúmes entre outros sentimentos!
Um ótimo final de semana para todos, e amanhã terá um relato real como leitura de domingo!
Beijos carinhosos
Amandica!
Eu acredito numa boa relação entre sogras e noras, me dou muito bem com a minha sogra e nem por isso concordamos 100% em tudo. No meu caso é uma questão de empatia, sempre me coloco no lugar dela, de mãe zeloza... e não digo que ela seja santa não, só que desde sempre cedi a algumas vontades dela e ela encarou isso como uma forma de respeito da minha parte e hoje faz o mesmo por mim. Temos uma relação de muita educação, delicadeza e compreensão uma com a outra. Vejo ela todas as semanas e não deixo de ligar nesse intervalo simplesmente para perguntar se ela está bem, encarei ela como uma madrasta do bem, já que sou filha de pais separados e aprendi a conviver muito bem com minha madrasta... pra mim não é uma relação muito diferente, são mulheres estranhas que estão na vida de homens que amamos!!!
ResponderExcluirAcho que paciência é tudo e bom humor faz parte da vida... quando ela vai mimar o filho eu tiro um sarro e apoio (oras, tbm gosto de ser mimada pela minha mãe!!!)... mas acima de tudo o que reflete muito bem na minha relação com minha sogra e com as demais pessoas é que sou muito equilibrada com relação a ciúmes... sou muito confiante no meu taco e isso ajuda bastante!!!
bjos
Dé
Acompanho de perto uma relação doentia de ciúmes na nossa família e fico boquiaberta de ver relações desse nível.
ResponderExcluirNão tenho disso não. Sou bem segura nesta questão e não cobro ciúmes nenhum da minha sogra com meu marido e nem com minhas filhas.
Ao contrário, eu sempre incentivo a proximidade. Acho linda a relação vó e netos e mãe e filho.
Não cogito a possibilidade de esconder ou impedir que minhas filhas se relacionem com a avó. E muito menos do meu marido com sua mãe.
É lógico que há alguns momentos de situações chatas, mas relevo e se estiver demais converso com meu marido, porque acho que se tiver que falar algo que seja ele. Respeito muito a família dele.
Não quero para meu marido e minhas filhas o que não quero para mim.
Acho que família unida é tudo de bom faz bem para a personalidade dos filhos crescer em um ambiente estável.